Este projeto liderado pelo MED – Instituto Mediterrâneo para a Agricultura, Ambiente e Desenvolvimento, da Universidade de Évora (UÉ), é financiado pelo Programa LIFE – Nature and Biodiversity e pretende, durante os próximos 6 anos, melhorar o estado de conservação dos Zimbrais nas dunas costeiras de Portugal.
O Zimbro, nome popularmente dado à espécie Juniperus spp., encontra-se presentes em várias zonas de matagais litorais e dunares na costa atlântica portuguesa como, por exemplo, a sul da Figueira da Foz, em Peniche, Sintra, Troia e Costa Vicentina, formando comunidades arbustivas que são cada vez mais raras e ameaçadas.
As alterações do uso do solo, nomeadamente a pressão urbanística e turística, ou a propagação de espécies exóticas invasoras, como as Acácias e o Chorão-das-praias, têm ameaçado os zimbrais portugueses (Habitat natural 2250), já considerados um habitat prioritário para a conservação dentro da Rede Natura 2000, criada pela União Europeia nos anos noventa para identificar as principais áreas de conservação de habitats e espécies raras, ameaçadas ou vulneráveis nos Estados-Membro.
O projeto Zimbral for LIFE, coordenado na UÉ pela Investigadora do MED Catarina Meireles em colaboração com a investigadora Cristina Baião e o Professor Carlos Pinto Gomes, reúne especialistas de 5 instituições portuguesas e espanholas com o objetivo de colmatar as lacunas no conhecimento sobre a biologia e ecologia destas plantas, testar e avaliar práticas de gestão, diminuir o impacto das principais ameaças, melhorar a estrutura e função, aumentar a área de ocorrência assim como elaborar um Plano Nacional de Conservação para este Habitat.
Esta vegetação, além do seu elevado valor intrínseco, por ser uma espécie endémica com um elevado valor de conservação, constitui ainda o habitat de alimentação, refúgio e reprodução da entomofauna (insetos), avifauna, herpetofauna (répteis e anfíbios) e fauna vertebrada terrestre associada às dunas.
Com início em outubro de 2022, O Zimbral for LIFE recebeu um investimento total de 2 083 744,28€, dos quais 1 442 827,94€ se destinam à UÉ, terá como áreas de intervenção para ações concretas de conservação e restauro do habitat três Zonas Especiais de Conservação: Comporta/Galé, Costa Sudoeste e Ria Formosa/Castro Marim.
Além da academia eborense, o projeto conta com a colaboração da Associação de Desenvolvimento da Natureza e Ambiente – Rewilding Sudoeste (RWSW), da empresa de consultoria especializada em biodiversidade, ecologia, ambiente e recursos naturais, FloraData, do Centro de Investigação Científica e Tecnológica da Extremadura e do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF).
O Zimbral for LIFE, com o código de projeto 10107459, é financiado no âmbito do Programa LIFE – Nature and Biodiversity, com fundos da Comissão Europeia que pode consultar detalhadamente aqui.
Fonte: Universidade de Évora